terça-feira, 12 de abril de 2011

WESTERN AUSTRALIAN MUSEUM – PERTH

 
Viajamos no fim de semana para Margaret River, uma cidadezinha que fica a 3 horas de Perth. Vou postar sobre a cidade em breve, assim que puder baixar as fotos pra vcs verem.
Mas na 6ª. feira, antes de viajarmos, antes de pegar Ramírez no trabalho e aguardar a saída das crianças da escola, resolvi fazer hora  me aproveitando mais uma vez da “CULTURA” de Nothbridge. Fui visitar o Western Australian Museum, que reúne tudo sobre a história natural e a sociedade de WA. Não tive tempo de visitar todo o Museu, mas o que vi, valeu cada segundo do meu tempo.
Fiquei encantada com a riqueza de detalhes nas exposições da fauna e da flora do estado, da biodiversidade, uma loucura!  Os animais são perfeitos, em tamanho original. Nunca imaginei que não conhecesse tantas espécies! E quantos pássaros!
Mas o que realmente me capturou a atenção foi a ala que conta a história dos aborígenes, sua cultura e sua vida, dos primórdios à atualidade.
Entrei no salão meio que displicentemente, por assim dizer. Mais uma ala de um museu interessante. E de repente, me vi lendo cada pedacinho de texto e analisando cada fotografia que retratava com maestria a vida daquele sofrido povo. Fiquei muito triste (apesar de já ter conhecimento) quando me deparei com os fatos, com a dura realidade. Extremamente desumano o que os ingleses fizeram com os aborígenes quando simplesmente os consideraram um povo desorganizado socialmente. Fiquei pensando com que direito eles julgaram os aborígenes e desrespeitaram sua cultura e suas crenças mais profundas? Como se destrói uma história? Como puderam se apoderar de suas terras, separar crianças de suas famílias, escravizar mulheres e aprisionarem os homens em Rotnest Island , um dos lugares mais lindos de WA e que hoje é um dos mais visitados destinos turísticos de Perth?  Como acreditar que eles chagavam ao “paraíso” acorrentados de corpo e de alma?
Assisti a um vídeo com o depoimento de um senhor aborígene, que contava como de repente se viu sem toda a sua família. Contou que nunca mais pode ver seus pais e que os ingleses tentavam a todo custo engajar seu povo à realidade branca.  Mulheres trabalhavam horas a fio, costurando e recebendo quase nada como recompensa. Como trabalhar para uma “gente” que havia aprisionado seu espírito e sua razão de existir?
Chorei... Imaginei...
Mas principalmente compreendi por que os aborígenes hoje são tão agressivos e têm um olhar tão “pré conceituoso”. É o olhar que reflete todas as atrocidades que viveram. É o olhar que mostra a insatisfação de morarem numa cidade que de tão modificada e edificada, em nada se parece com sua terra sagrada, de onde suas raízes foram ceifadas. E quantas oportunidades perdidas...
Não é à toda que todos os anos se celebra o SORRY DAY, dia do perdão. Há tanto o que perdoar, reverter, proteger, considerar, reconhecer, resgatar. Não é à toa que hoje as leis protegem esse povo!
Conhecimento não tem preço e a entrada foi gratuita, com apenas uma sugestão de doação de AU$2!!!
Adorei!


2 comentários:

  1. OI Monikita...
    está nos meus planos agora visitar esse museu...
    Eu já participei de um Seminário Cultural que fala sobre a história dos aborígenes, é realmente algo chocante e que nos faz refletir e vê-los através de um outro ângulo.
    Estou louca para ver as fotos da viagem...
    Saudades
    bjsss

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