segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pinnacles Desert – um passeio surpreendente!



Domingo passado, apesar do cansaço, nos animamos a fazer uma pequena viagem até o deserto de Pinnacles, onde há muito tempo desejávamos ir.

A estrada estava tranquila, pouquíssimos carros e nenhum policiamento. Só cuidando para que não encontrássemos nenhum canguru ou ema desavisados cruzando a estrada. Tem placas avisando isso o tempo todo. Bem ozzy!

Tenho sempre a impressão que as estradas rumo ao Sul são muito mais concorridas que as do Norte por aqui. O trânsito é mais complicado nas freways e highways do Sul, direção Mandurah, Rockingham ou Margaret River.

Bom pra nós, que fizemos em pouco mais de 2 horas o percurso de 240 km pela Waneroo Road, passando por lugares já visitados: Burns Beach, Yanchep, Two Rocks, Gingin, Lancelin e chegando finalmente próximo a Cervantes, cidade mais próxima do deserto de Pinnacles.



Cervantes tem algumas curiosidades. Como podem notar, o nome da cidade é de origem espanhola e logo na entrada da cidade isso se reflete nas bandeirolas com figuras espanholas. Me chamou atenção também os nomes das ruas do local onde paramos pra almoçar, sempre remetendo de alguma forma à Espanha.




Mas vamos ao que interessa, já que Cervantes não tem grandes atrativos e vive mesmo do Turismo de Pinnacles e arredores.

Pegamos a estradinha que leva ao local do deserto. A entrada é paga. São AU$ 11 por veículo e devo dizer que vale à pena porque é tudo muito organizado.



Logo na entrada, encontramos uma espécie de Visitors Centre, onde há um museu com fotos e informações sobre o local. Ali, descobri que o deserto de Pinnacles fica dentro do Nambung National Park (vejam a placa na estrada), que leva esse nome aborígene por causa do rio Nambung, que significa TORTO.








Também fiquei sabendo que existem 2 (até 3)  teorias sobre os Pinnacles, que hoje são pilares de calcáreo no meio de uma grande extensão de areia amarela, que chegam a medir até 4 metros de altura (acho que alguns até mais).



Ninguém sabe ao certo como essas formações foram criadas, mas os estudiosos levantaram 2  principais teses, meio complicadinhas de “engolir”:

*Uma diz que foram formados a partir de lixiviação de cal da areia eólica (poeira de areia) e pela chuva, cimentando os níveis mais baixos da duna, formando uma pedra calcária. Com isso, a vegetação forma uma camada ácida no solo enriquecida com húmus. Uma cobertura de difícil penetração se desenvolve acima da pedra calcária, que se rompe com as raízes das plantas do local, formando rachaduras, que ao longo do tempo são preenchidas pela areia, fazendo morrer a vegetação. Como o vento continua soprando, a areia que cobre o calcáreo erodido, acaba por revelar os “Pinnacles”.

**A segunda  diz que os pináculos  foram formados por meio da preservação de árvores enterradas em aeolianites (dunas de areia) costeiras onde as raízes se tornaram canais subterrâneos, resultando numa precipitação endurecida de calcáreo.  Posteriormente, a erosão eólica da aeolianite, expôs os pilares no deserto.
Saímos do “museu” encasquetados com essas teorias e discutindo a melhor hipótese. Eu sou a favor da primeira, mas Juju e Ramírez acham a segunda bem mais viável... Vai saber...







Ao lado desse centro de informações, existe uma lojinha de souvenirs. Tratamos de comprar mel, azeite e lembrancinhas de Pinnacles, uma mug, um imã,  e um quebra-cabeças pro Pablo.

Ficamos comentando como mesmo num lugar tão remoto, os australianos fazem tudo parecer interessante. Pensam no bem estar do visitante e no respeito ao meio ambiente. Notem que a infra-estrutura do local é completa: de informações às meras necessidades básicas, tudo estava disponível e funcionando a contento. Até os banheiros são limpíssimos! Temos que tirar o chapéu! (modo de dizer...aqui nunca dá pra tirar o chapéu, o sol é impiedoso)


Percebemos que dispúnhamos de duas formas de conhecer o deserto. À pé, muna caminhada de 1.2 km ou num circuito de mais ou menos 6 km de carro, onde podemos parar em alguns spots e tirar fotos. However, como a temporada de moscas já começou e como o sol de meio-dia estava tinindo, decidimos pegar o carro.

Achei muito bacana a forma como eles cercaram o caminho da trilha que percorre o deserto. Foram utilizadas as mesmas formações (em menor tamanho) que os Pinnacles. Em outras palavras, cercaram a trilha com pedrinhas iguais aos pináculos, mesma cor e formatos semelhantes, para que dessa maneira, não agredisse o meio ambiente, comungando assim com o cenário desértico.



Quando começamos a percorrer a trilha, pude entender por que aquele local é um dos sites preferidos dos fotógrafos. É mesmo único, de uma beleza árida e inquestionável energia. Dizem que os melhores horários para se obter as melhores fotos desse deserto são o amanhecer ou o entardecer.

É verdade! Vi no museu umas fotos belíssimas!

Vez por outra saíamos do carro para registrar os melhores ângulos do deserto, tocar nos Pinnacles e conferir a proximidade desse deserto da costa. O mar fica tão pertinho que de alguns locais mais elevados, podemos avistá-lo ao longe. Que combinação perfeita!










Percorridos os 6 km de trilha, a fome já era grande e fomos “catar” um lugar para almoçarmos. Nessas cidades pequenas, temos que contar sempre com a sorte para encontrarmos algum lugar que ainda esteja com a cozinha aberta depois das 13 horas. 
Praticamente impossível. Fico sempre muito irritada com isso por aqui. Não importa se o lugar vive do Turismo ou que seja fim de semana. Depois das 13 horas, pode esquecer...O mais seguro sempre é levar seu próprio lanche se não quiser morrer de fome e ficar de mau humor!

Mas depois de alguma procura encontramos um lugar que servia lagosta, bem na beirinha do mar, já na entrada de Cervantes. Fizemos ali a nossa pausa e conseguimos as últimas lagostas da casa, enquanto Juju preferiu um fish and chips que não estava grande coisa.




Abastecidos, demos meia volta rumo à Perth.  Ainda consegui que Juju tirasse umas fotos nas estrada para mostrar as dunas bem branquinhas. Fiquei com muita saudade de Cabo Frio e Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.







Depois disso,  fui literalmente como motorista particular de Cervantes quase até a entrada da cidade. Os dois dormiam como anjos! 

Ah, essa solidão nas estradas me mata! Rsrsrsr Não fosse o CD do Mama Mia, sei não... 

Lindo passeio, Domingo FELIZ! 

3 comentários:

  1. Que belo passeio, tenho levado todas as minhas visitas a conheçer os Pinnacles e todos gostam.

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  2. Também adoramos. Ainda conhecemos muito pouca coisa por aqui...

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  3. caraca, adorei conhecer esse lugar. Deserto lindo mesmo!
    manda essas fotos pra Glória Perez que com certeza ela vai fazer uma novela com esse lindo lugar de pano de fundo. Melhor que Turquia e Capadócia, táo batidos...
    bjo

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