quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Carteira de motorista na Austrália – Utilidade Pública


Descobri que minha carteira de motorista internacional, que tirei no Brasil antes de vir pra Perth, vence no dia 31 de março, daqui a 1 mês!  Eu sabia que isso aconteceria e que mais cedo ou mais tarde, eu teria que passar pelas regras e formalidades australianas.

Então fui checar o que eu precisaria pra tirar uma licensa aqui, já que seria apenas uma renovação. Descobri que mesmo no meu caso, que já dirijo há mais de 30 anos, teria que fazer as provas teórica e prática. Então fazer o que...voltar a estudar...

Esse é o livrinho – Drive Safe Handbook -  de 120 páginas que tive que ler.




Tudo muito bem ilustrado e explicado, com todas, mas rigorosamente todas as informações que precisamos saber, desde a documentação para apresentar, passando pelos postos de atendimento (Licensing Centres) e regras de trânsito/primeiros socorros.

Confesso que fiz uma leitura meio “na diagonal” e preferi focar nos simulados disponibilizados no site http://www.transport.wa.gov.au  (ROAD RULES QUIZZ). É uma série de 11 simulados com 30 questões para cada teste.  Aí vai a dica...Se tiver que tirar carteira aqui,  não deixe de fazer esses testes repetidas vezes porque ali estão todas as possíveis perguntas da prova teórica. Os testes são fáceis e você pode verificar seus erros no “review”.

 O interessante é que fazendo os quizz,  vc também acaba aprendendo muitos termos em inglês que não sabe e que certamente vai precisar na prova prática: meio-fio, mão dupla, mão única, dar passagem, cruzamento, ultrapassagem, ponto cego, pisca, etc


Tô craque!

Quando me senti segura, parti para o Licensing Centre de City West (próximo ao Centro da cidade) para realizar meu teórico. Escolha o mais próximo de seu bairro. 

O difícil é conseguir uma vaga pra deixar o carro, o teste é mole!

Muitas pessoas não tem sequer documentação suficiente para apresentar e fazer o teste, portanto,  fique alerta aos documentos solicitados aos imigrantes e residentes temporários.

Quando vc entra, pega uma senha de atendimento e a fila anda bem rápido (você aguarda sentadinho). Os atendentes são pacientes e atenciosos e tudo me pareceu bem organizado.

Eu apresentei passaporte original, conta de telefone em meu nome, meu cartão de crédito e minha carteirinha do working with children, que também serve de documento de identidade aqui. Também paguei uma taxa pelo exame teórico de AU$15.

Depois da apresentação de documentos eles te encaminham para a prova teórica,  como a que tem no Brasil, num computador. Você preenche seus dados na tela (sem teclado, usando o próprio mouse – custei a entender)  e faz o teste em no máximo 10 minutos, se estiver bem preparado, apesar de ter até 30 minutos pra fazer todas as questões.

Coloquei um fone que explica detalhadamente todo o processo e como marcar as questões, revisar, alterar etc

Fui bem rápida e logo em seguida me dirigi ao balcão de atendimento para receber minha nota: 30/30. Tranquilo esse exame  teórico!

E imediatamente após, ali naquele balcão mesmo, vc faz (de pé) um exame de vista bem curtinho, onde lê as duas últimas fileiras de letras (as letras menores) de frente para trás e de trás para a frente. That’s it, it’s over!

Dali, eles me encaminharam para receber o papel que comprova que fui aprovada no teste e temos que agendar e pagar o exame prático. Marcar o teste tem sido um problema por aqui, já que os “examinadores” tem andado bem busy e o agendamento acaba ficando comprometido. Só consegui vaga para o dia 26 de março, pouco antes do vencimento da minha carteira.

Dizem que a maioria das pessoas NÃO passa no primeiro exame Prático porque são inúmeros os detalhes e procedimentos. Se vc faz qualquer coisinha errada.... YOU FAIL!

Tratei de pegar umas driving lessons com uma instrutora indicada por uma amiga que também penou até conseguir passar. As aulas variam de AU$60 a 80/ a hora.

Desde então tenho me sentido uma completa incompetente na direção. Haja dedicação!

Nunca imaginei que deixasse de fazer tanta coisa exigida... 30 anos de direção no Brasil (ainda que sem acidentes, tks God) me deixaramde herança vários vícios e muita coisa para aprender num país de 1º. mundo, onde a direção é preventiva e civilizada.

De agora em diante tenho muito o que praticar e corrigir pois ainda me resta um mês...
No mais, é rezar pra pegar um examinador bem bonzinho, que seja condescendente e de preferência bem humorado. Darei notícias...torçam por mim, afinal, só quem dirige aqui em casa sou eu!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

The Color Run – Disposição, solidariedade e muita cor numa corrida louquérrima!


Domingo passado foi dia de nos aventuramos em mais um evento esportivo de Perth. 
Estamos virando habitués nesse tipo de corrida. 

Dessa vez foi a COLOR RUN, uma corrida de 5km de pura diversão e cor, que acontece no mundo inteiro e que não tem nada a ver com performances e vencedores e sim com “HAVE FUN”. 







Não é barato (+ ou menos uns AU$50 p/p), mas vale cada tostão. Por isso, gente de toda a idade, sexo e pesos pode correr ou caminhar. O importante é participar! 

Pegamos nosso kit de corrida na 6ª. feira: camiseta, testeira, tatuagem, pulseira e número de corrida. Tudo bem branquinho...

Aqui na Austrália, a Color Run acontece em Perth, Melbourne, Sydney, Gold Coast, Adelaide, Canberra e Brisbane.

Os patrocinadores foram a Swisse, a Holden (Chevrolet), Sony Mobile, The Sunday Time e Rádio Nova FM. 

O dinheiro arrecadado vai para a  Life Foundation, que gerencia todas as contribuições do evento para diversos fundos de caridade, mas principalmente para a Juvenile Diabetes Research, que beneficia os jovens portadores de Diabetes Tipo 1.

Formamos um time (de 5 pessoas apenas porque as vagas se esgotaram rapidamente): eu, Ramírez, Isadora, Rodolfo e o pequeno Lorenzo e lá fomos nós...








Deixamos o carro em Leederville e fomos de trem até o centro. De lá, caminhamos até o Langley Park, onde seria a concentração e o ponto de largada, a partir da 8h40min,  em várias “ondas” de participantes. Tivemos bastante tempo pra observar o movimento...







Demoramos a passar pelo portal de largada e foi difícil conter o Lorenzo, mas Rodolfo é um malabarista e tem um preparo físico invejável. Conseguiu entreter nosso herói mirim até o fim, com a ajuda do titio Ramírez, que se revezou na árdua tarefa de empurrar o carrinho.



Largamos...Tudo era pura animação.

As roupas divertidíssimas,  grupos alegres, muitas famílias, lindas meninas e meninos com camisetas customizadas, cabelos loucos e muitos cadeirantes!


Roupas pra proteger da sujeira...


Mamães mais ousadas...


Noivas e noivos...


Mocinhas produzidas




A cada km percorrido passávamos por um arco que representava uma cor. Ali, vários voluntários com recipientes de plástico com pó colorido daquela determinada cor, tratavam de sujar todos os participantes. E quando eles não te sujam, vc pode pedir pra eles te sujarem. Afinal, qual é a graça de participar da Color Run e sair limpinho???


Olha o carrinho do Lorenzo!







E assim foi... com o rosa, com o laranja, com o verde e com o amarelo. As roupas ficam uma beleza!  Nossa pele também! Os carrinhos dos bebês então...nem se fala....muita escova e sabão em pó pra limpar aquele monte de pó colorido. 

Mas Lorenzo adorou, mal passava por uma cor e logo queria outra! E esse foi o resultado, né?



Na reta final, cada participante recebe um saquinho de pó da cor que escolher pra fazer mais farra ainda. Olha só o que eu e Isa aprontamos...





Como ficamos depois...












Naquela manhã fresquinha em que o vento ajudava a espalhar a cores pelo ar, o parque ficou mais bonito e o espírito de solidariedade parecia fazer as pessoas mais felizes.





A infra-estrutura me pareceu bastante apropriada. Haviam muitos voluntários, água sendo distribuída ao longo do percurso, banheiros químicos, primeiros socorros e um super ventilador na CLEANING ZONE para tirar o excesso de pó dos participantes. Até porque, do jeito que estávamos não dava nem pra entrar no carro.





Nossa volta foi bem cansativa. O caminho até a estação de trem me pareceu muito mais longo do que na vinda. 



Pegamos nosso carro, passamos no mercado e compramos uma massa para o almoço (carboidrato para os atletas – rsrsrs) e em seguida, depois de muita bucha e sabão pra tirar todo aquele colorido,   caímos nos “braços de Morfeu”. 

Todos exaustos, mas felizes com mais essa oportunidade de ajudar a quem precisa com muita diversão.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Vallentines Day no Quarry




Mais um ano em Perth e mais um Vallentines Day. E com isso, muitos dos sortudos casais brasileiros comemoram duplamente o Dia dos Namorados, o daqui da Austrália, que é dia 14 de Fevereiro e o do Brasil, que é dia 12 de Junho.

Pois bem, celebramos ontem bem ao estilo australiano, num dos lugares mais bonitos que já conheci em Perth – o Quarry Amphitheatre, um teatro a céu aberto, entre as ruínas de uma antiga pedreira, localizada no alto do Reabold Hill Park, em Floreat. A atmosfera é perfeita e a vista da cidade, aliada ao céu, à lua e às estrelas, formam o cenário perfeito para uma noite memorável.



Os espetáculos são bastante disputados ( as melhores performances são apresentadas de Novembro a Março de cada ano) e fiz a compra com bastante antecedência através da Internet pela Ticketmaster. Não foi barato – cada adulto paga AU$65 . Mas valeu cada centavo, era dia de apresentação do Western Australian Ballet!

Paguei uma pequena taxa para receber meus tickets em casa, pelo correio, mas isso não funcionou e acabei tendo que pegar os ingressos na bilheteria. Fiquei muito satisfeita com a escolha dos lugares que fiz no mapinha da Internet – localização perfeita.

Chegamos ao Quarry uma hora antes do espetáculo, que começaria pontualmente às 20 horas e seria encerrado em torno das 22 horas.

O estacionamento é amplo e muito bem organizado, com funcionários indicando os lugares onde há vagas, evitando assim os habituais congestionamentos em lugares que recebem muita gente.



Observei que famílias e casais (vestidos informalmente) chegavam com seus coolers (pequenas térmicas) e seus picnic rugs (toalhas de picnic), além de cadeiras e almofadas.
Rapidamente constatamos que não haveriam assentos formais e tratamos de pegar nossa cadeira de praia e uma almofada que não saem da mala do carro. É bem o australian way!

No caminho para a bilheteria, encontramos um pequeno bar com mesinhas e cadeiras com vista para a cidade. Ali você encontra sanduiches, refeições leves e bebidas.








Retiramos nossos ingressos e nos dirigimos aos nossos “assentos”. Algumas cadeiras de montar são distribuídas na entrada, mas preferimos as almofadas. 

O anfiteatro é muito bonito e aconchegante. Tem capacidade para 556 pessoas. A iluminação na pedra e nas fileiras das “arquibancadas” de grama dão um tom que mistura bom gosto, intimismo e rusticidade. Ah, e o local também pode ser alugado para eventos sociais e corporativos.



Todo o staff do Quarry é super gentil. Uma senhora nos acomodou nos assentos 11 e 12 na grama – rsrsrsrsr. E lá ficamos, sentados nas almofadinhas, numa noite fresquinha de 19 graus, vendo as estrelas,  a cidade ao longe e observando o ir e vir das pessoas nesse espaço tipicamente australiano e no clima de romance do Vallentines Day.










O ballet era composto de 3 peças: uma mais clássica, uma contemporânea e uma terceira que misturava os dois estilos. Músicas, coreografias e figurinos belíssimos. Só o som (pequenos ruídos) que deixou a desejar, mas aposto que ninguém notou... Os bailarinos foram muito aplaudidos – apesar do jeito contido de se aplaudir aqui na Austrália, provavelmente por herança dos ingleses.

Nessas horas tenho muitas saudades do calor e da animação do povo brasileiro,  que chega a ficar de mãos inchadas de tanto aplaudir quando gostam de um espetáculo. Sinto falta de ficar de pé,  dos assobios, dos gritos de BRAVO, de BIS!

Mas os Ozzy são mesmo diferentes de nós...

Na saída, a mesma calma e educação. Nenhuma pressa, maior respeito, pessoas e carros cedendo passagem, nenhum tumulto. Diversão garantida. PAZ! Uma noite muito feliz!

Para quem gostou da idéia, o site do Quarry (http://www.quarryamphitheatre.com.au)  dá todas as informações sobre o local e a programação. Abaixo, um pouco da história desse espaço inusitado.

Divirtam-se!

History of the Quarry

The early years

The Quarry Amphitheatre began its life as a working limestone quarry in 1834 when Henry Trigg was granted 500 acres of land which lay south of modern day Grantham Street, and stretched from Floreat to the crest of the line of sandhills that runs parallel to the coast. Trigg, a master builder, recognized the value of the limestone outcropping along the western edge of his grant and started up up a quarrying and lime-burning business. His businesses prospered and, in 1839, he purchased the neighbouring land to the south from Surveyor-General John Septimus Roe. This land included Perry Lakes and Reabold Hill (then known as One Tree Hill) and added greatly to his limestone reserves.
In 1847 Trigg sold his land to his northern neighhbour, Walter Padbury who consolidated it with his land to form a 1,234 acre landholding that became known as the "Limekilns Estate". Padbury's main interest was in livestock and he built abattoirs, stockyards, a tannery and other associated industries on the estate. He also built a cottage and barns on the slopes of Reabold Hill and continued the quarrying operations. At the height of the limestone kilns operations, more than 50 men worked at the site. They had their own brass band and held horse racing and hunt club meetings on the flats near Perry Lakes.

The Limekilns Estate passed to brothers Henry and Somers Birch in 1869 who continued Padbury's slaughtering business, and then on to Joseph Perry in 1879 who was a well-known herdsman and horsebreaker. Perry expanded the size of the Limekilns Estate to 1,290 acres and kept large numbers of horses and cattle on the flats around Perry Lakes and Herdsman Lake. He built a house on the slopes of Reabold Hill in the vicinity of Padbury's old barn, and kept the quarry and lime kilns working, with the last lime kiln being built in 1897.
A story is told of how, in 1902, Ralf Deering was riding his horse, Ladybird, to the limekilns carrying the £350 payroll when he was ambushed by three masked bandits. The horse shied in fright at their sudden appearance and galloped into the bush. The robbers gave pursuit for a short distance before giving up and sneaking away. A group of quarrymen armed themselves and went out searching for the bandits, who were later captured in Perth. The weekly wage of a quarryman at that time was about £3.
Many of Perth's early public buildings, including the foundations for the Perth Town hall (which opened in 1870) were constructed using lime and stone from the quarry and kilns. Stone was carted by a light narrow gauge horse drawn railway through the bush (roughly along the route of present day Salvado Road) to Jolimont and then on to Subiaco railway station. The track alongside the rails was known as Limekiln Road. Various parts of the quarry were also linked by wooden tramway to allow for recovery and removal of the limestone.
Private quarrying ceased in 1906.

1906 to 1980

After 1906, the quarry remained disused for many decades, except as a regular site of adventure for local children. A number of elderly residents have spoken of their memories of riding their bicycles down its steep banks, and an article in the Western Mail in 1913 noted that the boys of Leederville and Subiaco had fun exploring Perry's Hill with its limekilns and quarry, which was "distant from the terminus of Cambridge Street some three miles". The same article suggests that the limekilns were deserted because the leases ran out and were not renewed.
In 1917 the land was sold to the Perth City Council who used building materials from Perry's house and stone from the quarry to build a new house nearby for the caretaker of the Limekilns Estate and the neighbouring endowment lands. This is the building now known as Perry House.

The Quarry Amphitheatre is born

In the early 1980s, Diana Waldron, director of the Perth City Ballet Company, conceived the idea of converting the old quarry into an amphitheatre for stage productions. With the help of her architect husband Ken, she negotiated her way through much planning, bureaucratic red tape and objection, and was finally given permission to proceed by Perth City Council and the Metropolitan Region Planning Authority.
Following receipt of a $468,000 grant from a Commonwealth Employment programme (which stipulated the use of unemployed labour) construction began. The original intention to use brick was thwarted as there were no bricklayers available at the time. So to meet the terms of their funding grant they used other unemployed workers to lay precast concrete blocks, With further funding from the Lotteries Commission (then known as ILDAC) and a number of other interested parties, the project was completed in 1986.
The Quarry Amphitheatre was officially opened by Senator Peter Cook, on 9 November 1986.
Now proudly managed by the Town of Cambidge, the Quarry Amphitheatre is one of Perth's most unique public venues.